Fiquei pensando agora em como somos ensinados, na infância, que as coisas não têm importância. A gente fala ou faz alguma coisa errada, mas acham engraçadinho e fica tudo por isso mesmo. Claro que é muito engraçado uma criança falar enrolado, trocar as letras e palavras. Acabam gerando frases que ao ouvir é impossível não rir. Mas, e para a criança? Qual a importância da nossa reação? Será que ela começará a achar que é bom falar errado, pois as pessoas estão rindo? A gente ri quando algo é bom. Mas, falar errado ou fazer algo errado, não é bom. Pelo menos não será quando a criança for mais velha. O que estamos ensinando a ela desde cedo então?
Penso que devemos ensinar, de uma maneira leve e sem críticas negativas, que aquilo que teve graça está, na realidade, errado. E dizer o certo, explicar a maneira correta de agir. As crianças gostam de aprender o que é certo. Elas se sentem valorizadas quando alguém lhes explica e se esforçam para repetir o que foi ensinado.
Quando crescemos, ficamos espantados com o valor que nossas palavras e ações passam a ter, e com a cobrança que recai sobre nós. Aquilo que parecia sem importância na infância passa a ser cobrado de nós de uma maneira dura, com críticas, dedos apontados, castigos, pessoas magoadas e caras zangadas. Mas não precisávamos ter essas atitudes quando éramos criança e não nos cobravam isso. O aprendizado torna-se, então, muito mais duro. O que poderia ter sido ensinado com leveza, passa a ser pesado.
Se soubéssemos, desde pequenos, o que é certo e por que é certo, seria mais fácil entrar na adolescência e na idade adulta. Aprenderíamos a pensar nas consequências de nossas ações, em como as outras pessoas se sentem quando falamos o que não devíamos, em como seremos vistos se não soubermos nos portar ou nos expressar corretamente, pensaríamos em como é importante respeitar para sermos também respeitados, em como nos sentiríamos ou o que pensaríamos se fosse o outro a fazer conosco o que nós estamos fazendo de errado, de mal…
Não acho que devemos ensinar essas coisas às crianças de uma maneira pesada, nem com olhar crítico e negativo. Apenas devemos mostrar outros pontos de vista, e criar essa noção de que as coisas que fazemos e pensamos têm um valor, têm consequências e que nós somos, desde bem pequenos, responsáveis por isso.
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